quinta-feira, 30 de abril de 2009

Dica Bibliográfica

Recomendamos aqui a bibliografia disponível no Brasil, falando também do que está sendo constantemente atualizado fora do país.

  • Transtorno de Déficit de Atenção: a mente desfocada em crianças e adultos
    Brown, Thomas E.Porto Alegre: Artmed, 2007- Este é primeiro livro que aborda a desconcertante questão em torno do TDAH: como é que certas pessoas, algumas muito intelignetes, podem ser cronicamente incapazes de "prestar atenção", mas capazes de se concentrar em tarefas específicas pelas quais se interessam? Desfazendo mitos, o livro oferece recomendações de base científica para o manejo desse transtorno.
    Ajudando a Criança Agressiva: como lidar com crianças difíceis

  • Train, AlanCampinas, SP: Papirus, 2003- O autor explica as principais teorias sobre a agressividade, suas causas e manifestações na criança e no adolescente em diferentes situações, tanto em casa quanto na escola. Apresenta um panorama atualizado da literatura sobre o assunto, bem como estratégias para atuação e terapia.

  • Distraído e a 1000 por Hora: perguntas e respostas sobre Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
    Sena, Simone da Silva;Diniz Neto, OrestesBelo Horizonte: Anome Livros, 2005 - Baseado no conhecimento científico atual, o livro trata de todos os assuntos relevantes relacionados à síndrome de TDAH. As informações, comprovadas por pesquisas internacionais, são de fácil entendimento para qualquer leitor. O texto, extruturado com perguntas e respostas, juntamente com as ilustrações e citações autênticas de portadores, criou um livro muito interessante e informativo.

  • Jogo Infantil e Hiperatividade
    Barros, Juliana M. G.Rio de Janeiro: Editora Sprint Ltda, 2002- Livro que traz contribuição tanto ao campo do diagnóstico do TDAH como também à formação profissional, seja de pedagogos ou terapeutas. Aborda a hiperatividade com um olhar na perspectiva do jogo infantil.
    Levados da Breca: um guia sobre crianças e adolescentes com o Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH)

  • Arruda, Marco A.Riberão Preto: M. A. ARRUDA, 2006- Neste livro, fica evidente a importância da participação ativa de pais e mestres no tratamento dos seus filhos e alunos com esse transtorno.

  • Manual da Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: versão para professores Benzick, Edyleine B.P.São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000- Este kit é o resultado de um estudo que objetivou a construção, validação e padronização de uma escala de avaliação do TDAH no contexto escolar.

  • Melhorando a Atenção e Controlando a Agitação
    Vicari, Maria IzabelSão Paulo: Thot Cognição e Linguagem, 2006- Livro escrito para crianças com TDAH, com informações sobre o transtorno e dicas para a facilitação de suas vidas. Mentes Inquietas

  • Silva, Ana Beatriz B.Rio de Janeiro: Napades, 2003- Abordagem detalhada e bem -humorada do que acontece dentro do cérebro humano de homens, mulheres e crianças com TDAH. Ter o transtorno também pode significar criatividade, energia, inovação e ousadia.

Outras referências podem ser encontradas no site: http://www.hiperatividade.com.br/article.php?sid=28

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Como trabalhar em sala de aula com alunos com TDAH

Uma sala de aula eficiente para crianças desatentas deve ser organizada e estruturada. A estrutura supõe regras claras, um programa previsível e carteiras separadas. Os prêmios devem ser coerentes e freqüentes. Um programa de reforço baseado em ganho e perda deve ser parte integral do trabalho da classe. A avaliação do professor deve ser freqüente e imediata. Interrupções e pequenos incidentes têm menores conseqüências se ignorados. O material didático deve estar adequado à habilidade da criança. Estratégias cognitivas que facilitam a auto-correção, assim como melhoram o comportamento nas tarefas, devem ser ensinadas. As tarefas devem variar, mas continuar sendo interessantes para os alunos. Os horários de transição, bem como os intervalos e reuniões especiais, devem ser supervisionados. Pais e professores devem manter uma comunicação freqüente. Os professores também precisam estar atentos à qualidade de reforço negativo do seu comportamento. As expectativas devem ser adequadas ao nível de habilidade da criança e deve-se estar preparado para mudanças.
Os professores devem ter conhecimento do conflito incompetência x desobediência, e aprender a discriminar entre os dois tipos de problema. É preciso desenvolver um repertório de intervenções para poder atuar eficientemente no ambiente da sala de aula de uma criança com TDAH. Essas intervenções minimizam o impacto negativo do temperamento da criança. Um segundo repertório de intervenções deve ser desenvolvido para educar e melhorar as habilidades deficientes da criança com TDAH.

Alguns livros excelentes para professores em sala de aula, que oferecem uma visão de situação, assunto e intervenções de acordo com os diversos níveis, são: “ BENCZIC, E.B.P.Transtorno de défict de atenção/hiperatividade.São Paulo:Casa do psicólogo,2000; PRADO,H.S;ANTONIUK,S.;BROMBERG,M.C. Compreendendo o TDAH - informações para pais e familiares sobre o Transtorno de Déficit de Atenção. Curitiba:CENEP/HC - UFPR,2003 e SCHWARTZMAN,J.S. Distúbios de atenção .In: SUKIENNIK,P.B. (org) O aluno problema. Porto Alegre: Mercado Aberto,1996.



Sugestões para Intervenções do Professor

Há uma grande variedade de intervenções específicas que o professor pode fazer para ajudar a criança com TDAH a se ajustar melhor à sala de aula:
1 - Proporcionar estrutura, organização e constância (exemplo: sempre a mesma arrumação das cadeiras ou carteiras, programas diários, regras claramente definidas)
2 - Colocar a criança perto de colegas que não o provoquem, perto da mesa do professor, na parte de fora do grupo.
3 - Encorajar freqüentemente, elogiar e ser afetuoso, porque essas crianças desanimam facilmente. Dar responsabilidades que elas possam cumprir faz com que se sintam necessárias e valorizadas. Começar com tarefas simples e gradualmente mudar para mais complexas.
4 - Proporcionar um ambiente acolhedor, demonstrando calor e contato físico de madeira equilibrada e, se possível, fazer os colegas também terem a mesma atitude.
5 - Nunca provocar constrangimento ou menosprezar o aluno.
6 - Proporcionar trabalho de aprendizagem em grupos pequenos e favorecer oportunidades sociais.Grande parte das crianças com TDAH consegue melhores resultados acadêmicos, comportamentais e sociais quando no meio de grupos pequenos.
7 - Comunicar-se com os pais. Geralmente, eles sabem o que funciona melhor para o seu filho.
8 - Ir devagar com o trabalho. Doze tarefas de 5 minutos cada uma traz melhores resultados do que duas tarefas de meia hora. Mudar o ritmo ou o tipo de tarefa com freqüência elimina a necessidade de ficar enfrentando a inabilidade de sustentar a atenção, e isso vai ajudar a auto-percepção.
9 - Favorecer oportunidades para movimentos monitorados, como uma ida à secretaria, levantar para apontar o lápis, levar um bilhete para o professor, regar as plantas ou dar de comer ao mascote da classe.
10 - Adaptar suas expectativas quanto à criança, levando em consideração as deficiências e inabilidades decorrentes do TDAH. Por exemplo, se o aluno tem um tempo de atenção muito curto, não esperar que ele se concentre em apenas uma tarefa durante todo o período da aula.
11 - Recompensar os esforços, a persistência e o comportamento bem sucedido ou bem planejado.
12 - Proporcionar exercícios de consciência e treinamento dos hábitos sociais da comunidade. 13 13 - Avaliação freqüente sobre o impacto do comportamento da criança sobre ela mesma e sobre os outros ajuda bastante.
14 - Favorecer freqüente contato aluno/professor. Isto permite um “controle” extra sobre a criança com TDAH, ajuda-a a começar e continuar a tarefa, permite um auxílio adicional e mais significativo, além de possibilitar oportunidades de reforço positivo e incentivo para um comportamento mais adequado.
15 - Colocar limites claros e objetivos; ter uma atitude disciplinar equilibrada e proporcionar avaliação freqüente, com sugestões concretas e que ajudem a desenvolver um comportamento adequado.
16 - Assegurar que as instruções sejam claras, simples e dadas uma de cada vez, com um mínimo de distrações.
17 - Evitar segregar a criança que talvez precise de um canto isolado com biombo para diminuir o apelo das distrações; fazer do canto um lugar de recompensa para atividades bem feitas em vez de um lugar de castigo.
18 - Desenvolver um repertório de atividades físicas para a turma toda, como exercícios de alongamento ou isométricos.
19 - Estabelecer intervalos previsíveis de períodos sem trabalho que a criança pode ganhar como recompensa por esforço feito. Isso ajuda a aumentar o tempo da atenção concentrada e o controle da impulsividade através de um processo gradual de treinamento.
20 - Reparar se a criança se isola durante situações recreativas barulhentas. Isso pode ser um sinal de dificuldades de coordenação ou auditivas que exigem uma intervenção adicional.
21 - Preparar com antecedência a criança para as novas situações. Ela é muito sensível em relação às suas deficiências e facilmente se assusta ou se desencoraja.
22 - Desenvolver métodos variados utilizando apelos sensoriais diferentes (som, visão, tato) para ser bem sucedido ao ensinar uma criança com TDAH. No entanto, quando as novas experiências envolvem uma miríade de sensações (sons múltiplos, movimentos, emoções ou cores), esse aluno provavelmente irá precisar de tempo extra para completar sua tarefa.
23 - Não ser mártir! Reconhecer os limites da sua tolerância e modificar o programa da criança com TDAH até o ponto de se sentir confortável. O fato de fazer mais do que realmente quer fazer traz ressentimento e frustração.
24 - Permanecer em comunicação constante com o psicólogo ou orientador da escola. Ele é a melhor ligação entre a escola, os pais e o médico.

INFORMAÇÃOES EXTRAÍDAS DO SITE: http://www.hiperatividade.com.br/article.php?sid=14

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Video

Vídeo introdutório sobre o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade/Impulsividade - TDAHI) ou DDA ((Distúrbio do Déficit de Atenção), narrado pelo Dr. Paulo Mattos, um dos maiores especialistas brasileiros no assunto.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Diagnosticando o TDAH em sala de aula

Nos posts anteriores, citamos algumas características do Transtorno de Défcit de Atenção/Hiperatividade e algumas informações quanto ao diagnóstico, realizado preferencialmente por psicólogos e psiquiatras. Entretanto, estes profissionais não estão presentes usualmente em sala de aula, portanto, cabe aos professores a responsabilidade de estarem preparados para identificar os sintomas de TDAH em seus alunos. O site da ABDA ( Associação Brasileira de Défcit de Atenção ) disponibiliza um teste simples, que pode auxiliar os educadores no diagnóstico deste transtorno.

O teste pode ser acessado clicando no link abaixo:

http://www.tdah.org.br/diag01.php

Lembramos que este teste é uma ferramenta auxiliar e que não substitui o diagnóstico profissional adequado. Levando-se em conta o resultado do mesmo, o professor deve entrar em contato com os pais, para que eles encaminhem o aluno para assistência médica/psicológica.



Entre no link acima e faça o teste como se fosse professor(a) de um aluno com TDAH. E comentem o que achou do teste tá!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Diagnóstico de TDAH

TDAH e hiperatividade - como é o diagnóstico?

O diagnóstico do TDAH (DDA) - Déficit de Atenção começa com uma extensa análise clínica do caso por um especialista em TDAH e co-morbidades, quando são analisadas as características cognitivas, comportamentais e emocionais relacionadas à presença ou não da impulsividade, hiperatividade e impulsividade.A partir daí, a depender das características do caso, o especialista pode solicitar outros testes e exames, desde exames físicos até avaliação cognitiva, neuropsicológica, comportamental e/ou emocional. Conheça os procedimentos do IPDA e programas de avalição / testes para Diagnóstico Diferencial.O diagnóstico do TDAH não deve ser baseado exclusivamente em listas de sintomas - apenas ter muitos dos sintomas não significa que, necessariamente, alguém é portador do TDAH. Há várias outras causas que podem mimetizar os sintomas do TDAH ou até mesmo ocorrerem simultaneamente a ele - o que é chamado de co-morbidade. Além disso, há mais de um tipo de TDAH. Um bom diagnóstico é pré-requisito para o sucesso do tratamento. Um diagnóstico completo só pode ser realizado por um especialista. Se houver suspeita de TDAH, procure um profissional especializado para uma avaliação completa. Somente um especialista podera excluir outros problemas que podem mimetizar os sintomas de TDAH, como falta de atenção, hiperatividade física ou mental, impulsividade, falta de auto-controle, problemas com memória, organização, gerenciamento do tempo, etc.

Por que é difícil diagnosticar TDAH (DDA) e hiperatividade?

O diagnóstico de TDAH é um dos mais difíceis de serem feitos, pois há muitos outros problemas que podem mimetizar seus sintomas. Por esta razão é necessário fazer um bom Diagnóstico Diferencial, que conclui tratar-se de TDAH após excluir todas as outras alternativas. A análise clínica do caso deve ser extensa - ou seja, não é possível fazer diagnóstico em uma sessão rápida, apenas checando a lista de sintomas. Além da análise clínica, o especialista poderá solicitar exames complementares, para identificar problemas simultâneos ao TDAH ou excluir outras possibilidades.

Qual especialista faz o diagnóstico de TDAH?

Procure sempre um especialista, com conhecimento profundo do assunto e que atenda com regularidade casos de TDAH e co-morbidades. Normalmente, os especialistas são médicos - neurologistas ou psiquiatras - e psicólogos. Lembre-se: é fundamental um conhecimento amplo, não apenas de TDAH mas também de patologias associadas, tanto orgânicas quanto comportamentais, cognitivos e emocionais, para que o diagnóstico diferencial seja feito com precisão. A qualidade do tratamento depende diretamente da qualidade do diagnóstico.

Extraido do site http://www.dda-deficitdeatencao.com.br/diagnostico/index.html

Perguntas e Respostas: Conhecendo a fundo o TDAH


Olá pessoal, o artigo abaixo traz informações pertinentes para que possamos compreender melhor o TDAH:


O que é o TDAH?

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

Existe mesmo o TDAH?

Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.

Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH?

Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as mesmas idéias sobre todos os aspectos de um transtorno.

Por que algumas pessoas insistem que o TDAH não existe?

Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.
No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade do que dizem.Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo correto. Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam que o tratamento do TDAH com medicamentos causa conseqüências terríveis. Quando a literatura científica é pesquisada, nada daquilo que eles afirmam é encontrado em qualquer pesquisa em qualquer país do mundo. Esta é a principal característica destes indivíduos: apesar de terem uma “aparência” de cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada que comprovasse o que dizem.

Veja um texto a este respeito e a resposta dos Professores Luis Rohde e Paulo Mattos:
Why I Believe that Attention Deficit Disorder is a Myth
Porque desinformação, falta de raciocínio científico e ingenuidade constituem uma mistura perigosa

O TDAH é comum?

Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

Quais são os sintomas de TDAH?

O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

Quais são as causas do TDAH?

Já existem inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil - demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios). Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.

A) Hereditariedade:Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença de parentes também afetados com TDAH era mais freqüente do que nas famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência familial).
Porém, como em qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar de um modo "desatento" ou "hiperativo" simplesmente por ver seus pais se comportando desta maneira, o que excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a recorrência familial era de fato devida a uma predisposição genética, e não somente ao ambiente. Outros tipos de estudos genéticos foram fundamentais para se ter certeza da participação de genes: os estudos com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados comparam-se pais biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença na presença do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos têm 3 vezes mais TDAH que os pais adotivos.
Os estudos com gêmeos comparam gêmeos univitelinos e gêmeos fraternos (bivitelinos), quanto a diferentes aspectos do TDAH (presença ou não, tipo, gravidade etc...). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 100% de semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança genética), se os univitelinos se parecem mais nos sintomas de TDAH do que os fraternos, a única explicação é a participação de componentes genéticos (os pais são iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto mais parecidos, ou seja, quanto mais concordam em relação àquelas características, maior é a influência genética para a doença. Realmente, os estudos de gêmeos com TDAH mostraram que os univitelinos são muito mais parecidos (também se diz "concordantes") do que os fraternos, chegando a ter 70% de concordância, o que evidencia uma importante participação de genes na origem do TDAH.
A partir dos dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa genética do TDAH foi começar a procurar que genes poderiam ser estes. É importante salientar que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece nestes transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único gene (como é a regra para várias de nossas características físicas, também). Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um único "gene do TDAH". Além disto, genes podem ter diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais. Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar (antigamente denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.

B) Substâncias ingeridas na gravidez:Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.

C) Sofrimento fetal:Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.

D) Exposição a chumbo:Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história clínica.

E) Problemas Familiares:Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. As dificuldades familiares podem ser mais conseqüência do que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais).
Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.

F) Outras CausasOutros fatores já foram aventados e posteriormente abandonados como causa de TDAH:
1. corante amarelo
2. aspartame
3. luz artificial
4. deficiência hormonal (principalmente da tireóide)
5. deficiências vitamínicas na dieta.

Todas estas possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram desacreditadas.


Artigo extraido do site http://www.tdah.org.br/, da Associação Brasileira do Défcit de Atenção - ABDA.



- caros leitores vocês tem mais algumas dúvidas quanto ao TDAH?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Olá pessoal!!!

Bom pessoal...eu e a Ana achamos este um assunto bem interessante, por isso decidimos fazer o blog sobre ele...Vamos aprimorar um pouco mais este conhecimento? Pois com toda certeza encontraremos alunos assim em nossa grande jornada pelo conhecimento!!
Alguém aí conhece os sintomas do TDAH?
O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:
1) Desatenção2) Hiperatividade-impulsividade
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.
É este é um assunto muito sério...Vamos pensar mais sobre isto?